domingo, 12 de agosto de 2012

MIni- Cactos

Cuidando dos Mini-cactos

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Há por volta de 84 gêneros e 1.400 espécies de cactos. São usados geralmente como plantas ornamentais, fazendo parte da decoração.
São plantas características de lugares quentes, com climas áridos, são resistentes ao sol forte e calor excessivo
Mas os mini cactos são ainda mais charmosos, podem ser cultivados em qualquer lugar, na sala, no escritório, no quarto, ou um algum cantinho da sua casa desde que esteja em um local arejado e exposto à luz solar, mas não em excesso como os cactos grandes. A alta umidade do ar pode prejudicar sua sobrevivência, mas se cuidado da forma adequada, encanta a todos com suas flores coloridas.
Onde encontrar
São encontrados facilmente em supermercados, floriculturas e casas de jardinagem ou feiras de exposição de flores e acessórios para jardinagem. Possuem baixo custo (pois podem ser encontrados a partir de três reais) podendo variar o preço de acordo com cada local de venda.
Não há uma regra, pois depende da temperatura, da terra, entre outros fatores,e de acordo com a época do ano. No verão, a cada 6 ou 7 dias deve-se colocar uma colher (de sopa) de água. No inverno, não é necessária tanta freqüência, de 10 a 12 dias já é o suficiente. E nunca regue mais que o necessário, pois poderá comprometer a sobrevivência dele.
Espinhos
São as folhas que se reduziram no processo de evolução, que tem como função a respiração, produção de energia e transpiração, evitando perda de grande quantidade de água. Quando na natureza, funciona também como proteção contra os predadores, protegendo-os de animais.
Vasos
Quando plantados em vasos brancos dão à sua decoração um ar sofisticado, há os que gostem dos vasos transparentes deixando-o à mostra, os vidros sempre embelezam ainda mais. Seja criativo e faça uma linda decoração com seus mini cactos deixando sua casa ainda mais charmosa.
Vale à pena cultivar essas plantas tão graciosas e que deixam seu ambiente ainda mais gostoso.
Cactos floridos
Apesar de já serem lindos, alguns cactos ainda conseguem se superar e ficar ainda mais lindos: com flores. Alguns já possuem essas florzinhas, mas se você tem um cacto normal e quer deixá-lo ainda mais colorido e delicado, pode apostar em florzinhas artificiais encaixadas no próprio cacto. Fica lindo e com certeza vai alegrar a sua casa.

sábado, 4 de agosto de 2012

Arruda: xô mau olhado!


Por: Rose Aielo Blanco*

Apesar de ter aplicação na medicina natural e até na preparação de bebidas,
a arruda ficou famosa mesmo pelos seus "poderes" contra o mau-olhado e outras vibrações negativas.

Não é fácil determinar quando surgiu a fama da arruda (Ruta graveolens) como erva protetora. O que se sabe é que em culturas muito antigas, são encontradas referências sobre seus poderes contra as "más vibrações" e seu uso na magia e religião. Na Grécia antiga, ela era usada para tratar diversas enfermidades, mas seu ponto forte era mesmo contra as forças do mal. Já as experientes mulheres romanas costumavam andar pelas ruas sempre carregando um ramo de arruda na mão - diziam que era para se defenderem contra doenças contagiosas mas, principalmente, para afastar todos os males que iam além do corpo físico (e aí se incluíam as feitiçarias, mau-olhado, sortilégios, etc.).

Na Idade Média - época em que acreditava-se que as bruxas só poderiam ser destruídas com grandes poderes como o do fogo - a arruda reafirmou sua fama, pois seus ramos eram usados como proteção contra as feiticeiras e, ainda, serviam para aspergir água benta nos fiéis em missas solenes. O uso desta planta nas práticas mágicas do passado é impressionante. Em todas as referências pesquisadas, encontrei receitas que empregam a arruda como ingrediente. William Shakespeare, na obra Hamlet, se refere à arruda como sendo "a erva sagrada dos domingos". Dizem que ela passou a ser chamada assim, porque nos rituais de exorcismo, realizados aos domingos, costumava-se fazer um preparado à base de vinho e arruda que era ingerido pelos "possessos" antes de serem exorcizados pelos padres.

A fama atravessou séculos e fronteiras: no tempo do Brasil Colonial a arruda podia ser vista com freqüência, repetindo a performance dos tempos antigos, só que desta vez, associada aos rituais africanos.

Numa famosa pintura intitulada "Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil, o artista Jean Debret retrata o comércio da arruda realizado pelas escravas africanas. O galho de arruda era vendido como amuleto para trazer sorte e proteção. E não eram apenas as escravas que usavam os galhinhos da planta ocultos nas pregas de seus turbantes - as mulheres brancas colocavam o galhinho estrategicamente escondido nos seios. Outro fator teria reforçado o valor da arruda naquela época: a infusão feita com a planta era usada como uma espécie de anticoncepcional e abortivo.

Medicinal, com reservas

Também conhecida como arruda-dos-jardins, arruda-fedorenta ou ruta-de-cheiro-forte, a arruda é uma representante da Família das Rutáceas. É uma planta considerada sub-arbustiva ou herbácea, lenhosa, que apresenta caule ramificado, pequenas folhas verde-acinzentadas e alternadas. As flores também são pequenas e de coloração amarelo-esverdeada. Originária da Europa, mais especificamente do Mediterrâneo, a arruda se dá muito bem em solos levemente alcalinos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. A planta necessita de sol pleno pelo menos algumas horas por dia. Sua propagação se dá por meio de estacas ou sementes.

Trata-se de uma planta muito resistente que, se atendidas suas necessidades básicas de cultivo, dificilmente apresentará problemas. A colheita normalmente pode ser feita cerca de 4 meses após o plantio.

Quanto às propriedades medicinais da arruda é interessante, antes de prosseguir, fazer uma observação: há séculos, divulga-se que a planta apresenta propriedades muito ligadas ao desejo sexual masculino e feminino, mas de formas diferentes: seria um anafrodisíaco (ou anti-afrodisíaco) para os homens e um excitante para as mulheres. Ainda não foi possível comprovar a veracidade dessas indicações, entretanto, nos escritos (datados de 1551) de Hieronymus Bock, considerado um dos primeiros botânicos da história, havia a recomendação para que monges e religiosos ingerissem a arruda, misturada aos alimentos e às bebidas, para garantir a pureza e castidade. A verdade é que esta planta era realmente muito abundante nos jardins dos mosteiros.

Uma substância chamada rutina é a responsável pelas principais propriedades da arruda. Ela é usada para aumentar a resistência dos vasos sangüíneos, evitando rupturas e, por isso é indicada no tratamento contra varizes. Popularmente, seu uso é indicado para restabelecer ou aumentar o fluxo menstrual e, também, para combater vermes. Como uso tópico, o azeite de arruda, obtido com o cozimento da planta, é aplicado para aliviar dores reumáticas. Seu aroma forte e característico, detestado por muita gente, é considerado um ótimo repelente, por isso a arruda é colocada em portas e janelas para espantar insetos.

A arruda é, ainda, muito usada na medicina popular para aliviar dores de cabeça e, segundo os especiaistas, isso pode ser explicado porque ela apresenta um óleo essencial que contém undecanona, metilnonilketona e metilheptilketona. Todas essas substâncias de nomes complicados possuem propriedades calmantes e, ao serem aspiradas, aliviam as dores e diminuem a ansiedade.

Apesar das propriedades medicinais conhecidas há séculos, o uso interno desta planta é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda pode causar hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos, sonolência e convulsões. O efeito considerado "anticoncepcional" na verdade é abortivo, pois provém da inibição da implantação do óvulo no útero, sendo que a ingestão da infusão preparada com a arruda para esta finalidade é muito perigosa e pode provocar fortes hemorragias.

Por incrível que pareça, a arruda também teve muita aplicação na culinária: suas sementes e folhas eram usadas para enriquecer saladas e molhos, em virtude das boas doses de vitamina C contidas na planta. Seu uso era considerado uma defesa contra o escorbuto. Além disso, a planta também servia para aromatizar vinhos.

No sul da Europa, as raízes da arruda eram adicionadas a um tipo de bebida chamada "grappa", para funcionar como um licor digestivo.

Curiosidade

Existe uma história muito curiosa - não se sabe se é verdadeira - que relaciona a arruda ao "Vinagre dos quatro ladrões". Conta-se que no século XVII, a Europa padeceu com uma grande peste que dizimava centenas de pessoas por semana. Ninguém conhecia a causa da doença e muito menos a cura. Grandes cruzes vermelhas eram pintadas nas paredes para marcar as casas de pessoas atacadas pela praga. Alguns ladrões, porém, pareciam completamente imunes: entravam naquelas casas, roubavam os mortos e não adoeciam. Muito tempo depois, descobriu-se como esses ladrões se protegiam - era com uma espécie de vinagre, preparado com arruda, sálvia, losna, menta, alecrim, lavanda, cânfora, alho, noz-moscada, cravo e canela; tudo bem misturado em um galão de vinagre de vinho.

Manjerona
(Origanum majorana L.;
Majorana hortensis M.)


Por: Rose Aielo Blanco*

Conta uma lenda que o príncipe Amáraco, filho do rei de Chipre, dedicava-se à arte de fabricar perfumes. Um dia, ele conseguiu criar uma fragrância única, surpreendentemente agradável, e ficou maravilhado com sua criação mas, ao carregar o jarro que continha este perfume, deixou-o cair ao chão e quebrar-se, perdendo o raro perfume. Profundamente entristecido, o jovem começou a definhar, até morrer. Reconhecendo a dedicação do jovem príncipe, os deuses transformaram seu corpo sem vida numa planta muito aromática: a manjerona, também conhecida como amáraco.

Originária do nordeste da África e do Oriente Médio até a Índia, a manjerona (Origanum majorana L.; Majorana hortensis M.) é uma planta herbácea da família das Labiadas - a mesma da hortelã, melissa, orégano, tomilho, alecrim e manjericão. Acredita-se que a manjerona foi introduzida no Ocidente durante a Idade Média, possivelmente pelas Cruzadas. Popularmente, a manjerona também é conhecida como manjerona-verdadeira, majerona-inglesa, flor-de-himeneu, majerona-hortensis e amáraco.

A mitologia grega faz referência à manjerona como a erva preferida de Afrodite, a deusa do amor, que a teria usado para curar as feridas de Enéias. Aliás, para o povo grego, a planta era símbolo da felicidade, tanto que era plantada na frente das casas como sinal de boas-vindas. Gregos e romanos a usavam para tecer coroas para os recém-casados e até hoje a erva é associada à felicidade conjugal. Usada na Antigüidade como afrodisíaco, também apresentava propriedades relaxantes: o poeta Virgílio destaca seus poderes para favorecer um sono repousante e tranqüilo. O responsável pelas propriedades medicinais da manjerona é seu princípio ativo, constituído por tanino e óleo essencial, que garante o efeito expectorante e digestivo. Na forma de chá, a erva pode ajudar no tratamento contra o reumatismo e todas as formas de artrite. A inalação feita com a erva ajuda a eliminar o muco nas gripes e resfriados, prevenindo sinusites. Na cosmética caseira, a planta é usada em banhos relaxantes e como tônico capilar. Na aromaterapia, sua fragrância suave e calmante aquece e reconforta, daí sua ação benéfica sobre o sistema nervoso. O óleo essencial atua positivamente no metabolismo e nos órgãos genitais.

Com tantas virtudes fitoterápicas e aromáticas, a manjerona acabou chegando à cozinha. E com boas razões, pois a erva enriquece o sabor dos alimentos e ainda estimula os processos digestivos. De odor penetrante, sabor quente e levemente picante, a manjerona pode substituir o tomilho (ou ser combinada com ele) em algumas receitas, sendo o condimento preferido para temperar assados, molhos para carnes, costeletas, etc. Nas pizzas e molhos de tomate, cumpre com louvor a função do orégano. É preciso observar, porém, que a manjerona é mais doce e perfumada que estas ervas.

Planta melífera


Planta herbácea de caule quadrangular, um pouco lenhoso na base e flexível na parte superior, a manjerona forma pequenas touceiras de 30 a 60 cm de altura. As folhas são pequenas - medem até 2 cm de comprimento -, ovais, opostas, pecioladas, de coloração verde-acinzentada na face superior e aveludadas na face inferior. As flores, de coloração branca, violácea ou rosada, também são pequenas. As flores abertas são muito procuradas pelas abelhas e borboletas. Os botões ainda fechados guardam as flores quase escondidas por brácteas nodosas. O fruto produz sementes muito finas, semelhantes às do manjericão, mas a manjerona só gera as sementes depois que a planta atinge dois anos de vida. Aliás, algumas semelhanças entre a manjerona, o orégano e o manjericão já geraram grandes confusões. Por muitos séculos, a manjerona foi confundida com o orégano e, pelo menos em relação ao nome comum, a confusão persiste até hoje. O orégano às vezes é vulgarmente chamado "manjerona silvestre" ou "manjerona selvagem".

A manjerona pode se propagar por sementes, divisão de touceiras ou estaquia. É uma planta perene em regiões de clima quente, porém, em climas muito frios é anual por não suportar temperaturas muito baixas. A planta gosta de solos arenosos ou areno-argilosos, ricos em matéria orgânica e com boa drenagem, com pH entre 6,0 e 7,0. O clima úmido é ideal, entretanto, é preciso atenção: o solo não deve ser excessiva e constantemente molhado. As plantas que crescem e se desenvolvem em climas secos e com temperaturas elevadas adquirem um sabor mais apimentado e apresentam odor mais forte, penetrante e amargo.

Quando o objetivo do plantio for apenas as folhas, sem as flores, é recomendável retirar as pontas dos ramos que ameaçam formar os futuros órgãos florais e flores. Isso pode ser feito com o auxílio de uma tesoura ou simplesmente com os dedos Assim, as folhas se desenvolverão mais vigorosas. Já para a colheita de flores, a planta florida deve ser cortada no momento em que as primeiras flores se abrem, mas antes que os demais botões florais na mesma haste tenham se aberto completamente.

Usos


Na Europa, o suco da manjerona já foi muito usado para lustrar móveis e tingir lãs de vermelho-púrpura. Hoje, em muitos países, indústrias especializadas utilizam a erva para aromatizar bebidas, condimentos, carnes, sopas em pó, sorvetes, balas, etc. Como relaxante, a manjerona pode ser combinada com o alecrim e a menta, no preparo de um delicioso banho calmante. O vinagre feito com a erva também pode ser misturado na água do banho ou friccionado no corpo para se recuperar do cansaço físico.

Dicas de cultivo

Luminosidade: sol pleno, principalmente em locais de clima frio.
Solo: leve e rico em matéria orgânica
Adubação: recomenda-se a adubação orgânica, mas pode-se aplicar de forma moderada, fertilizantes químicos ricos em fósforo (P) e nitrogênio (N).
Regas: sempre quando o solo se apresentar seco na superfície.
Melhor época para o plantio: por sementes o ideal é na primavera, por estacas de galhos pode-se plantar em qualquer época do ano.


Louro: do quintal para a cozinha,
com toda a nobreza!


Por: Rose Aielo Blanco*

“Alto, bonito e majestoso, Apolo - o deus da música e da poesia - se fazia notar principalmente por suas mechas negras, com reflexos azulados, “como as pétalas do pensamento”. Muitos foram os seus amores com ninfas, como Dafne - a ninfa náide filha do deus-rio Peneu, na Tessália. Esse amor lhe fora instilado por Eros - filho de Afrodite -, de quem o deus gracejava. É que Apolo, julgando que o arco e a flecha eram atributos seus, certamente considerava que as flechas de Eros não passavam de brincadeira. Acontece que o filho de Afrodite possuía tanto a flecha que inspira amor, como a que provoca aversão. Para se vingar de Apolo, Eros feriu-lhe o coração com a flecha do amor e a Dafne com a da repulsa e indiferença. Foi assim que, apesar da beleza de Apolo, a ninfa não lhe correspondeu aos desejos e fugiu para as montanhas. O deus a perseguiu e, quando viu que ia ser alcançada por ele, pediu a seu pai, Peneu, que a transformasse. O deus-rio atendeu-lhe as súplicas e transformou-a em um loureiro, em grego “dáphne”,
a árvore predileta de Apolo.

A origem mitológica e outros atributos do loureiro podem justificar seu nome científico: Laurus nobilis L.,  também chamado loureiro-dos-poetas ou loureiro-de-apolo. É que desde os tempos em que se adornavam os vencedores das olimpíadas gregas com uma coroa de louro, até hoje, a planta é usada como prêmio por uma ação nobre ou ilustre.

Na Idade Média, era empregado como proteção contra  demônios e bruxas e, também, na proteção das casas contra os raios das tempestades.

No Brasil, o louro é considerado uma “planta da sorte” - dizem que numa casa onde há um loureiro plantado, sempre haverá fartura. Outra tradição sugere que a planta deve ser cultivada com todo o cuidado, pois quando um loureiro morre é sinal que algum desastre vai acontecer. E mais: o louro é tido um ótimo purificador de ambiente: costuma-se queimar suas folhas secas como incenso para eliminar tanto odores desagradáveis como energias negativas.

Planta da família das Lauráceas, suas folhas aromáticas são muito utilizadas como tempero na culinária e apresentam propriedades anti-sépticas, estimulantes e sedativas. Como tônico-estomacal, é usado para combater as fermentações anormais do estômago e intestino. Na França, é muito usado na forma de óleo contra o reumatismo. Na medicina veterinária, as folhas e os frutos do louro representam um importante recurso, pois fornecem um óleo parasiticida. Industrialmente, a manteiga ou óleo de louro são usados na fabricação de sabões, velas e em perfumaria.

O loureiro é uma planta originária da Ásia Menor que pode viver até 70 anos. As folhas, onde se concentra a essência da planta, são duras, simples, lisas, de coloração verde-escuro e brilhante na parte superior e verde-pálido e opaco na inferior. As flores pequenas e amareladas, dispostas na axilas das folhas, acrescentam à planta uma cor entre o dourado e o castanho-claro. Dizem que foi justamente esta tonalidade que inspirou a denominação dos cabelos louros.

As flores dão origem a frutos em forma de pequenas bagas ovais, que de verdes passam a preto, contendo uma só semente.
É muito importante reconhecer as folhas do verdadeiro Laurus nobilis L., que não devem ser confundidas com as do loureiro-rosa nem com as do loureiro-cerejeira (Prunus laurocerasus) que são venenosas.

Cultivo e tratos
Arbusto de 2 a 5 metros, o loureiro não é uma planta muito resistente, nem muito tolerante. Precisa de clima ameno, suporta ventos fortes, calor excessivo e geadas, entretanto, é muito exigente quanto à luminosidade: é necessária boa dose de luz solar. O solo indicado para o plantio deve ser bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica.

A multiplicação do loureiro por meio de sementes é o método mais demorado e difícil. A propagação por meio do transplante de mudas que crescem ao pé do tronco e por estacas são mais simples e rápidas. No caso das estacas, estas devem ser retiradas dos ramos, com 25 cm de comprimento, sem cortar nenhuma folha e plantadas na mesma terra da planta-mãe (ou num solo fértil e úmido), até que tenham enraizado e possam ser transferidas para o local definitivo. O uso de um pó de hormônio enraizador pode acelerar o processo.

Com a forma arbustiva, o louro pode ser plantado num quintal pequeno ou até em vasos, desde que sejam feitos reenvasamentos sucessivos, de acordo com o seu desenvolvimento, em recipientes cada vez maiores. Apesar de ser uma planta de clima temperado, o louro pode ser cultivado nas regiões tropicais , suportando bem temperaturas elevadas, porém, nessas condições, apresenta um crescimento muito pequeno, sendo raríssimas as ocasiões em que floresce e dá frutos.

Usos
As folhas do louro apresentam propriedades estimulantes e antisépticas. A infusão das folhas, feita de preferência sem os pecíolos, é muito conhecida no Brasil e usada para facilitar a digestão. O óleo extraído das bagas do loureiro, denominado em alguns locais de  “manteiga de loureiro”, é aplicado para aliviar dores nas articulações. Na medicina veterinária, o óleo é aplicado sobre o pelo dos animais para protegê-los das moscas.

Por seus poderes anti-sépticos, o chá de louro também é indicado como um bom escalda-pés para eliminar odores. Há quem indique o louro para curar a insônia: é só colocar algumas folhas no meio do recheio do travesseiro.

Nas cozinhas antigas, costumava-se colocar folhas de louro dentro dos potes de farinha para afastar os insetos. Mas a larga utilização na culinária, segundo os especialistas, se deve à sua capacidade de estimular as papilas gustativas.

Ingrediente que acrescenta perfume e sabor ao feijão, sopas e cozidos, o louro é, também, uma das ervas utilizadas no famoso “Bouquet Garni”.

Dica: O “Bouquet Garni”é feito assim: coloca-se ervas frescas e picadas numa gaze ou tecido fino (louro, tomilho, salsa, alecrim, cerefólio, estragão e manjericão são as mais usadas), e amarra-se formando uma trouxinha que é usada para aromatizar molhos, caldos e ensopados.

Curiosidades
Na mitologia grega encontramos referências à realização das Tesmofórias – uma festa dedicada à Deméter (deusa e mãe da terra cultivada) como agradecimento pelas últimas colheitas. O segundo dia das Tesmofórias era considerado o “dia do jejum estomacal e sexual”. Em Atenas, as mulheres formavam uma grande procissão e dirigiam-se para o “Pnix”, onde passavam o dia todo em cabanas feitas de ramos, sentadas em folhas de loureiro que, acreditava-se, possuía excelentes virtudes fecundantes.
O louro tem uma simbologia relacionada ao sucesso. A palavra “bacharelato” teria sua origem no latim “baccalaurus”, com o significado “coberto de louros. Além disso, na Roma antiga usava-se ramos de louro para coroar os vencedores de batalhas ou disputas esportivas, assim como os poetas – daí teria se originado o termo “laureado”.

Curiosidades sobre as pimentas
* Os registros mais antigos do consumo de pimentas datam de aproximadamente 9 mil anos, resultado de explorações arqueológicas em Tehuacán, México. Outros sítios arqueológicos pré-históricos (2500 a.C.) são conhecidos no Peru, nas localidades de Ancon e Huaca Prieta.
* O cultivo de pimentas era uma característica de tribos indígenas brasileiras quando do descobrimento do Brasil. Com a imensa variabilidade de pimentas nativas, certamente pode-se supor que diversas tribos cultivavam e colhiam pimentas; e o plantio de pimenta por tribos indígenas continua até hoje, como entre os índios mundurucus, da bacia do rio Tapajós.
* As rotas de navegação no período 1492-1600 permitiram que as espécies picantes e doces de pimentas e pimentões viajassem o mundo. A globalização do conhecimento e do uso da pimenta tem, possivelmente, seu registro principal no livro De historia stirpium, escrito por Leonhartus Fuchsius em 1543, onde são apresentadas as primeiras ilustrações de pimentas com precisão científica.
* De 1500 para 2000, as sementes e frutos de pimentas e pimentões passaram a ser consumidas por povos de todas as origens, em quantidade crescente e em usos os mais diversos.
* As pimentas e os pimentões pertencem à família Solanaceae e ao gênero Capsicum. Este gênero possui de 20-25 espécies, normalmente classificadas de acordo com o nível de domesticação. O Brasil destaca-se por possuir ampla diversidade em todas as categorias e contempla 4 espécies domesticadas:
· Capsicum annuum var. annuum
· Capsicum baccatum var. pendulum
· Capsicum chinense
· Capsicum frutescens
Existem ainda 3 espécies semi-domesticadas:
· Capsicum annuum var. glabriusculum
· Capsicum baccatum var. praetermissum
· Capsicum baccatum var. bacctaum
· E também 8 a 10 espécies silvestres.
* As diferentes espécies e variedades (variação morfológica dentro da mesma espécie) domesticadas e semidomesticadas podem ser discriminadas por características morfológicas visualizadas principalmente nas flores.
* Há quem utilize a pimenta como tempero do amor, por acreditar que seja afrodisíaca, e também os que juram que ela afasta o "mau-olhado".
* Hoje, tailandeses e coreanos são considerados os maiores consumidores de pimenta do mundo; o consumo atinge até oito gramas por dia por pessoa. Por aqui, não há dados sobre o consumo, mas o cultivo é feito em praticamente todas as regiões, com destaque para Bahia, Ceará, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. As espécies de pimenta do gênero Capsicum - do qual também faz parte o pimentão - pertencem à família
* A característica "ardida" da pimenta, chamada pungência, é exclusiva desse gênero e é atribuída a um alcalóide, a capsaicina, que fica acumulado na parte interna do fruto. A pungência das pimentas pode ser medida em Unidades de Calor Scoville (Scoville Heat Units - SHU), com aparelhos específicos. O valor SHU pode chegar a 300 mil, caso, por exemplo, da cumari-do-pará.
* Os frutos maduros são vermelhos, mas podem variar desde o amarelo até o preto, além de alaranjado, salmão e roxo. O formato varia segundo a espécie, e há frutos alongados, arredondados, triangulares e quadrados.
* As espécies do gênero Capsicum mais cultivadas no Brasil são:
- Bode (C. chinense) - frutos arredondados ou achatados, vermelhos e amarelos. É muito picante e os frutos maduros são utilizados principalmente em conservas.
- Cambuci (C. baccatum var. pendulum) - frutos vermelhos em forma de campânula ou de sino. Com sabor adocicado, pode ser utilizada em saladas.
- Cumari-do-pará (C. chinense) - frutos triangulares e amarelos quando maduros. Bastante picante, é utilizada em conservas.
- Cumari-verdadeira (C. baccatum var. praetermissum) - frutos arredondados ou ovalados, vermelhos e muito picantes.
- Dedo-de-moça (C. baccatum var. pendulum) - frutos alongados e vermelhos. Sua pungência é baixa e é utilizada em molhos, conservas e desidratada, em flocos (calabresa).
- Jalapeño (C. annuum) - originária do México, com frutos grandes, sabor forte e pungência mediana.
- Malagueta (C. frutescens) - uma das mais cultivadas é vermelha, mede de 1,5 e quatro centímetros. Com pungência de média para alta, é a mais utilizada para "esquentar" o acarajé.
-
Pimenta-de-cheiro (C. chinense) - frutos alongados, triangulares ou retangulares. A coloração também é variável (amarelo-leitoso ao preto), assim como a pungência (doce até muito picante).
Receitas Básicas com pimentas
Pimenta no Vinagre
2 copos de vinagre branco de maçã ou arroz
colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de sal pimentas selecionadas
Modo de preparo Faça uma calda com o vinagre, o sal e o açúcar levando esta mistura para ferver por 2 minutos. Faça o branqueamento das pimentas. Coloque as pimentas num vidro esterilizado e jogue a calda quente de vinagre por cima. Deixe esfriar. Conserve na geladeira.
Pimenta no Azeite
1 xícara de azeite de oliva extra virgem
1 dente de alho picado 6 gotas de suco de limão pimentas selecionadas
Modo de preparo Retire as sementes, as veias e o talo das pimentas Frite o alho no azeite até ficar levemente dourado. Cuidado para não queimar. Coloque as pimentas num vidro de conserva deixando um espaço livre de 2cm. Aqueça uma xícara de azeite a 300 graus C. Enfie o cabo de uma colher no meio das pimentas e abra um buraco. Despeje o azeite quente, lentamente, para evitar que o azeite suba. Complete o pote com azeite até atingir 0,5 cm da boca e tampe bem firme. Deixe esfriar naturalmente. Conserve na geladeira.
Fonte de pesquisa: Embrapa Hortaliças