Manjerona
(Origanum majorana L.;
Majorana hortensis M.)

Por: Rose Aielo Blanco*
Conta uma lenda que o
príncipe Amáraco, filho do rei de Chipre, dedicava-se à arte
de fabricar perfumes. Um dia, ele conseguiu criar uma fragrância única,
surpreendentemente agradável, e ficou maravilhado com sua
criação mas, ao carregar o jarro que continha este perfume,
deixou-o cair ao chão e quebrar-se, perdendo o raro perfume.
Profundamente entristecido, o jovem começou a definhar, até
morrer. Reconhecendo a dedicação do jovem príncipe, os deuses
transformaram seu corpo sem vida numa planta muito aromática: a
manjerona, também conhecida como amáraco.
Originária do nordeste da África e do Oriente Médio até a Índia, a manjerona (Origanum majorana L.; Majorana hortensis M.)
é uma planta herbácea da família das Labiadas - a mesma da
hortelã, melissa, orégano, tomilho, alecrim e manjericão.
Acredita-se que a manjerona foi introduzida no Ocidente
durante a Idade Média, possivelmente pelas Cruzadas. Popularmente, a
manjerona também é conhecida como manjerona-verdadeira,
majerona-inglesa, flor-de-himeneu, majerona-hortensis e
amáraco.
A mitologia grega
faz referência à manjerona como a erva preferida de Afrodite, a
deusa do amor, que a teria usado para curar as feridas de Enéias.
Aliás, para o povo grego, a planta era símbolo da felicidade,
tanto que era plantada na frente das casas como sinal de
boas-vindas. Gregos e romanos a usavam para tecer coroas para
os recém-casados e até hoje a erva é associada à felicidade
conjugal. Usada na Antigüidade como afrodisíaco, também apresentava
propriedades relaxantes: o poeta Virgílio destaca seus poderes
para favorecer um sono repousante e tranqüilo. O responsável
pelas propriedades medicinais da manjerona é seu princípio
ativo, constituído por tanino e óleo essencial, que garante o
efeito expectorante e digestivo. Na forma de chá, a erva pode
ajudar no tratamento contra o reumatismo e todas as formas de artrite.
A inalação feita com a erva ajuda a eliminar o muco nas gripes e
resfriados, prevenindo sinusites. Na cosmética caseira, a
planta é usada em banhos relaxantes e como tônico capilar. Na
aromaterapia, sua fragrância suave e calmante aquece e
reconforta, daí sua ação benéfica sobre o sistema nervoso. O
óleo essencial atua positivamente no metabolismo e nos órgãos
genitais.
Com tantas virtudes
fitoterápicas e aromáticas, a manjerona acabou chegando à
cozinha. E com boas razões, pois a erva enriquece o sabor dos alimentos
e ainda estimula os processos digestivos. De odor penetrante,
sabor quente e levemente picante, a manjerona pode substituir o
tomilho (ou ser combinada com ele) em algumas receitas, sendo
o condimento preferido para temperar assados, molhos para
carnes, costeletas, etc. Nas pizzas e molhos de tomate, cumpre
com louvor a função do orégano. É preciso observar, porém, que
a manjerona é mais doce e perfumada que estas ervas.
Planta melífera

Planta herbácea de
caule quadrangular, um pouco lenhoso na base e flexível na
parte superior, a manjerona forma pequenas touceiras de 30 a 60 cm de
altura. As folhas são pequenas - medem até 2 cm de comprimento
-, ovais, opostas, pecioladas, de coloração verde-acinzentada
na face superior e aveludadas na face inferior. As flores, de
coloração branca, violácea ou rosada, também são pequenas. As
flores abertas são muito procuradas pelas abelhas e
borboletas. Os botões ainda fechados guardam as flores quase
escondidas por brácteas nodosas. O fruto produz sementes muito finas,
semelhantes às do manjericão, mas a manjerona só gera as
sementes depois que a planta atinge dois anos de vida. Aliás,
algumas semelhanças entre a manjerona, o orégano e o
manjericão já geraram grandes confusões. Por muitos séculos, a
manjerona foi confundida com o orégano e, pelo menos em
relação ao nome comum, a confusão persiste até hoje. O orégano às vezes
é vulgarmente chamado "manjerona silvestre" ou "manjerona
selvagem".
A manjerona pode se
propagar por sementes, divisão de touceiras ou estaquia. É uma
planta perene em regiões de clima quente, porém, em climas muito
frios é anual por não suportar temperaturas muito baixas. A planta
gosta de solos arenosos ou areno-argilosos, ricos em matéria
orgânica e com boa drenagem, com pH entre 6,0 e 7,0. O clima
úmido é ideal, entretanto, é preciso atenção: o solo não deve
ser excessiva e constantemente molhado. As plantas que crescem
e se desenvolvem em climas secos e com temperaturas elevadas
adquirem um sabor mais apimentado e apresentam odor mais forte,
penetrante e amargo.
Quando o objetivo do
plantio for apenas as folhas, sem as flores, é recomendável
retirar as pontas dos ramos que ameaçam formar os futuros órgãos florais
e flores. Isso pode ser feito com o auxílio de uma tesoura ou
simplesmente com os dedos Assim, as folhas se desenvolverão
mais vigorosas. Já para a colheita de flores, a planta florida
deve ser cortada no momento em que as primeiras flores se
abrem, mas antes que os demais botões florais na mesma haste
tenham se aberto completamente.
Usos

Na Europa, o
suco da manjerona já foi muito usado para lustrar móveis e tingir
lãs de vermelho-púrpura. Hoje, em muitos países, indústrias
especializadas utilizam a erva para aromatizar bebidas,
condimentos, carnes, sopas em pó, sorvetes, balas, etc. Como
relaxante, a manjerona pode ser combinada com o alecrim e a
menta, no preparo de um delicioso banho calmante. O vinagre
feito com a erva também pode ser misturado na água do banho ou
friccionado no corpo para se recuperar do cansaço físico.
Dicas de cultivo
Luminosidade: sol pleno, principalmente em locais de clima frio.
Solo: leve e rico em matéria orgânica
Adubação: recomenda-se a adubação orgânica, mas pode-se aplicar de forma moderada, fertilizantes químicos ricos em fósforo (P) e nitrogênio (N).
Regas: sempre quando o solo se apresentar seco na superfície.
Melhor época para o plantio: por sementes o ideal é na primavera, por estacas de galhos pode-se plantar em qualquer época do ano.
Adubação: recomenda-se a adubação orgânica, mas pode-se aplicar de forma moderada, fertilizantes químicos ricos em fósforo (P) e nitrogênio (N).
Regas: sempre quando o solo se apresentar seco na superfície.
Melhor época para o plantio: por sementes o ideal é na primavera, por estacas de galhos pode-se plantar em qualquer época do ano.
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